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Você sabia que ceifadores gostam de... tocar piano?
Achou que eu ia dizer maçãs, né?
Bem, aqui vai mais um Behind The Scenes, dessa vez de A Sinfonia do Submundo
Eu venho de uma família de músicos. Todo mundo aqui canta, toca, enfim, faz alguma coisa com um instrumento.
Essa afirmação eles vão negar veementemente e dizer que eu canto bem, mas eu não acho então lá vai: não nasci com jeito pra música. Mas, por ter sido criada em meio a música (e graças a minha mãe, ter um gosto musical muito bom), eu AMO música. A primeira coisa que pensei quando quis escrever essa história foi: terá elemento musical.
Para desenvolver o enredo, confesso que não lembro o processo muito bem, nem o que veio antes de que, mas tive várias fontes de inspiração. Não foi bem nessa ordem, mas essas foram as ideias.
A história precisava ter um elemento musical importante
Queria que fosse inspirada em Mitologia Grega, com destaque no Mundo Inferior
O protagonista masculino era visualmente inspirado no personagem AJ do filme Ladrões (pelo menos na época que escrevi, porque agora imagino com outro rosto).
Seria um romance
Então, na minha fase dorameira, encontrei o dorama perfeito que serviu como um catalisador para a história: Amanhã.
Amanhã mostra um rapaz que ficou em coma por um longo período, e durante esse tempo ele ajudou um grupo de ceifadores a impedir as pessoas na Terra de cometerem suicídio.
Com esses elementos em mente, eu formei a ideia. O Submundo, reino de Hades e Perséfone tinha um ceifador que trabalhava da seguinte forma: ao tocar no piano a música A Dança da Fada Açucarada, de Tchaikovsky (se você não conhece, escuta aqui), ele atraía as almas das pessoas que já estavam mortas para o Submundo, para que elas pudessem descansar. Esse pianista, é o Hayden, um personagem com um passado bem trágico que se você já conhece a história sabe o motivo.

Hayden Wycliffe
Já falei o bastante sobre o pianista, mas e quanto ao resto dos elementos da história? O romance, a inspiração em Amanhã…?
Como é que dizem mesmo… a arte imita a vida ou é o contrário?
Não importa, o que importa é que foi assim que eu criei a Adalyn, a protagonista feminina. Eu estava um pouco frustrada com a faculdade naquela época, e coloquei esse elemento de forma bem exagerada na Adalyn, que era aquele tipo de pessoa que só quer desaparecer do mundo, das obrigações e das escolhas que fez.
Adalyn sofreu um acidente quando saiu de uma festa e ficou em coma. Durante o coma, ela despertou, e acabou escutando a música que Hayden estava tocando para os mortos (que por estar só em coma, e não morta, ela nem devia ter escutado).

Adalyn Harrington
Quando ela chega no Submundo, ela e Hayden precisam resolver essa situação e se apaixonam no processo, mas eles são, literalmente, de mundos muito diferentes. É impossível eles ficarem juntos.
Além disso, vem a grande trama da história: uma conspiração formada por quatro ceifadores engravatados, comandada por Lethan, o pior deles. Com a apresentação desses ceifadores, descobrimos como era o Submundo antes de Hayden, o que aconteceu e porque Adalyn está ali.
É uma história que eu considero pequena, mas tem muitas reviravoltas e não dá para respirar! Lembro quando eu mesma estava revisando, foi uma loucura.
Por mais fantasiosas que essas histórias que eu escrevo sejam, eu aprendo muito com elas. Algumas partes foram narradas em pontos turísticos que eu nunca visitei, mas que consegui ver em 360° no google, e fiquei impressionada com o quanto pude tirar da escrita desse livro.
Por isso que eu gosto de dizer que não importa o que você está escrevendo — se é um livro técnico, uma fantasia ou até mesmo uma fanfic — só escreve. A escrita sempre vai te acrescentar algo, não importa o que seja. Só escreva.
Conheça A Sinfonia do Submundo: https://autoragiullyvillarinho.blogspot.com/2025/02/a-sinfonia-do-submundo-2024.html