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Aquela pessoa que você odeia, TE AMA e talvez você nem tenha percebido
É, isso é sobre Marketing, então senta e presta atenção.
Você já parou para pensar que o famoso que você adora odiar pode estar se beneficiando do seu ódio? Pois é, não é um enredo de enemies to lovers (inimigos se apaixonando), mas sim uma estratégia de marketing muito real. E vou te explicar como isso funciona.
Uma coisa que percebi ao analisar as personalidades famosas que são canceladas — ou até as críticas negativas simples que qualquer pessoa minimamente pública recebe — é que o ódio pode ser um excelente combustível para a imagem de alguém. Parece estranho, mas é sério.
No livro Marketing 4.0, Philip Kotler aborda a questão dos haters e como a falta de críticos pode até paralisar a presença online de uma marca. E, quando você pensa bem, faz todo sentido.
Vou usar um exemplo que vivi. Quando eu ainda usava o Twitter, antes de ele virar X, eu vi muitos famosos sendo cancelados e muita gente brigando sobre isso. Na época, isso realmente me incomodou e foi um dos motivos para eu ter saído da plataforma — eu estava cansada de tanto barulho. Mas o curioso é que essas brigas estavam sempre nas TRENDS.
E o que acontecia com isso? Muitas vezes eu acabava descobrindo pessoas que eu nunca tinha ouvido falar, só porque alguém estava criticando elas na internet. Isso é um paradoxo curioso: o ódio acaba gerando ainda mais visibilidade.
O que mais surpreende é que essa atenção negativa cria um ciclo de visibilidade ainda maior para a pessoa ou marca. Quanto mais alguém é odiado, mais se fala sobre ela. E, por mais estranho que pareça, é exatamente essa exposição que garante uma maior lembrança, um maior alcance e até uma maior conexão com as pessoas que compartilham da mesma opinião.
Kotler, no Marketing 4.0, fala sobre como a polarização, quando bem trabalhada, pode ser um grande diferencial. E aqui, vale um ponto importante: não estou sugerindo que você vá sair criando polêmicas só para chamar atenção — isso está longe de ser uma boa estratégia. Mas é fascinante perceber como emoções intensas, tanto positivas quanto negativas, podem gerar o tipo de conversa que mantém o público engajado.
Além disso, a crítica negativa tem um poder inegável. Ela desperta curiosidade, cria uma oportunidade de defesa e até fortalece uma base de fãs. Quando alguém ataca um ícone ou uma figura pública, as pessoas tendem a investigar e, muitas vezes, defender aquele que foi alvo da crítica. Esse movimento cria um grupo de seguidores ainda mais fiel, que quer proteger a pessoa ou marca criticada, e o nome da pessoa só ganha mais força.
Então, o que eu tenho a dizer a você, que já foi um crítico online? Pare de perder seu tempo espalhando ódio na internet. Ao invés de mudar a opinião de alguém, você provavelmente está ajudando a deixar aquela pessoa ainda mais famosa. E acredite, é exatamente isso que ela quer.
Essa é a verdadeira estratégia por trás do conceito de "não existe publicidade negativa". A opinião pública pode até ser ruim, mas o nome continua circulando. E é isso que importa para eles. Se você, em algum momento, gastou horas discutindo sobre o que alguém fez de errado... parabéns! Você acabou de se tornar um agente ativo na estratégia de publicidade daquela pessoa.